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Nos próximos 24 meses, mas ainda sem data de início anunciada, volta a ser taxado o etanol importado dos EUA, que, só neste 1º semestre por conta da não tributação, exportou para o Brasil, sobretudo ao NE, 1,35 bilhão de litros. A decisão foi da Câmara do Comércio Exterior (Camex) nesta quarta-feira (23). Porém, uma cota de 600 milhões de litros continuará isenta, sendo taxado o excedente em 20%. A proposta foi do Ministério da Agricultura em resposta ao pleito do setor sucroenergético nacional que vinha amargando a concorrência desleal e depreciação do preço da cana – produto ambientalmente mais adequado para produção do etanol.
A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) comemora a volta da taxação, que, apesar de não ser de todo o etanol importado, deve reduzir parte da competitividade desleal com o álcool nacional no mercado interno e deve influenciar menos na depreciação do preço da cana de açúcar dos 70 mil produtores brasileiros. “Esperamos que com a tributação não se produza mais a atual e drástica redução do valor da nossa cana, a exemplo do que ocorre no mercado de Pernambuco, um dos principais estados produtores nordestinos, onde de janeiro até julho a tonelada da cana já rebaixou cerca de R$ 14 (de R$ 100,82 para R$ 86,05)”, ressalta Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana.
Lima era uma das lideranças do setor sucroenergético, juntamente com dirigentes do Fórum Sucroenergético Nacional e da União das Indústrias de Cana,que vinham cobrando ao ministro da Agricultura Blairo Maggi a definição da volta do tributo. “Por três vezes, mesmo na pauta,a Camex adiou a sua decisão. A proposta de taxação, aprovada ontem, é a mais acertada, embora o setor produtivo queria inicialmente a taxação de todo o etanol estrangeiro, mesmo com um índice menor de 17%”, conta o presidente da Feplana, que também preside a entidade pernambucana de canavieiros (AFCP) e a União Nordestina dos Produtores de Cana.